
A Palavra da Escritura é taxativa
em relação à hipocrisia: “Não sejas hipócrita diante dos outros e toma cuidado
com os teus lábios” (Eclo 1,37). As incoerências de hoje são gritantes, abrindo
espaço para atos abomináveis, porque vão contra a dignidade das pessoas. Basta
citar o crescente número de corrupções na sociedade brasileira. Um
individualismo hipócrita, com aparência de ovelha, mas que deverá dar contas a
Deus.
Enfrentar o julgamento divino não
deverá ser uma realidade fácil, e dele ninguém escapa. Será a hora da verdade,
sem hipocrisia, sem impunidade, mesmo sabendo da infinita bondade do Senhor. As
muitas infidelidades de hoje serão cobradas, somando de positivo o bem
realizado com compromisso sério e autêntico no mundo dos humanos. Isso não deve
nos escandalizar e nem criar desânimo, mas confiar na prática do bem.
Faz bem estar sempre rompendo com
o passado indesejável, priorizando atos positivos na cultura da diversidade,
cheia de contrastes, mas também de grandes esperanças. Para isto é necessário
fazer uma escolha dentro das possibilidades da vida moderna. Escolher o bem faz
bem e eleva o humor e a autoestima, feridos pelas hipocrisias de hoje.
Na diversidade das funções que
existem na sociedade, quando olhamos e seguimos a prática de Jesus, ninguém é
maior do que o outro. Cada ação deve ser feita sem hipocrisia, com dignidade,
sabendo estar conquistando espaço de credibilidade diante das pessoas e de
Deus.
A vocação leiga na Igreja é fruto
de um querer divino. A fonte está no Batismo, no sacramento de intimidade com o
Senhor, rejeitando todo tipo de gesto hipócrita e de infidelidade aos planos do
Criador. O cristão deve ser pessoa de palavras e atos autênticos.
Por
Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)
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