A
missão da Igreja é evangelizar; a sua vocação é a santidade. Sem a santidade a
Igreja não cumpre a missão missionária. Quem foram os maiores evangelizadores
em todos os tempos? Os santos. Santa Teresa, Santa Terezinha, São João Maria
Vianney, São Francisco, São João Bosco, Santo Inácio de Loyola, São Luiz de
Montfort… Nada supre a santidade, nem o microfone, nem a internet, nem a rádio
e nem a TV. Os meios de comunicação não bastam; atrás é preciso da santidade.
Certa vez o Papa João Paulo II disse que: “A
santidade é a força mais poderosa para levar o Cristo, aos corações dos
homens” (L´Osservatore Romano Nº 24, 14/06/92, pg 22 [ 338]).
Os santos arrastaram
multidões para Deus pela força imensa da sua santidade. Em outra ocasião o Papa
disse:
“Ser santo, ser apóstolo, ser evangelizador:
eis, caros fiéis, seja este também o vosso constante desejo e a vossa
aspiração… Desde as suas origens apostólicas a Igreja
escreveu e continua a escrever uma história de santidade… Aqueles que seguem
fielmente a chamada à santidade, escrevem a história da Igreja na sua
dimensão mais essencial, isto é, aquela da intimidade com Deus” (LR
Nº 8, 24/2/96, pg 10 [903]).
Porque a Igreja é santa, na sua própria
natureza, a santidade é, então, a vocação de todos os seus membros.
A “Lumen Gentium” afirma que: “Todos os fiéis
cristãos são, pois, convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição
do próprio estado” (LG, 41). É a vocação universal da Igreja, como disse o
Concílio:
“O Senhor Jesus, Mestre e Modelo divino de
toda perfeição, a todos e a cada um dos discípulos de qualquer condição prega a
santidade de vida da qual ele mesmo é o autor e o consumador, dizendo: “Sede,
portanto, perfeitos, assim como também vosso Pai celeste é perfeito (Mt
5,48)” (LG,40) “.
Todos os batizados, sem exceção, são chamados
portanto, à santidade. “Eles são justificados – disse o Concílio – porquanto
pelo batismo da fé se tornam verdadeiramente filhos de
Deus e participantes da natureza divina, e
portanto realmente santos. É pois, necessário que eles, pela graça de Deus,
guardem e aperfeiçoem em sua vida a santidade que receberam” (LG,40).
São Paulo exortava os fiéis de Éfeso a viver
“como convém a santos” (Ef 5,3); aos de Colossos, que vivessem
”como escolhidos de Deus, santos e amados” (Col 3,12), de modo a que
“leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados” (Ef
4,1).
O Apóstolo afirma aos cristãos
de Tessalônica, com toda a convicção que:
“Esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação” (1Tess 4,3).
São Paulo começa quase sempre as suas cartas,
relembrando aos cristãos o chamado à santidade: “A todos os que estão em Roma,
queridos de Deus, chamados a serem santos…” (Rom 1,7).
“À Igreja de Deus que está em Corinto, aos
fiéis santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade com todos…”(1 Cor
1,2).
“Bendito seja Deus… que nos escolheu n’Ele
antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus
olhos”(Ef 1,3-4).
“Deus nos salvou e chamou para a santidade…”
(2Tm 1,9).
Desde o Antigo Testamento Deus já tinha
chamado Israel, que prefigurava a Igreja, para a santidade Dele mesmo. Ele
disse a Moisés:
“Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para
ser o vosso Deus. Sereis santo porque Eu Sou Santo” (Lv 11,44-45).
São Pedro relembra isso aos fiéis em sua
primeira Carta;
“A exemplo da santidade d’Aquele que vos
chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está
escrito: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1Pe 1,15-16)”.
Na verdade, o chamado de Israel à santidade
se confunde com a Aliança que Deus quis fazer com o povo escolhido. Pela boca
do profeta Oséias, Ele diz: “Sou Deus e não um homem, sou Santo no meio de
ti” (Os 11,9). A Moisés Ele diz: “Vós sereis para Mim um reino de
sacerdotes e uma nação santa” (Ex. 19,6).
Podemos dizer, portanto, que a Igreja é uma
“Comunhão na santidade” de Deus e, por isso, é uma “comunhão de santos”.
Certa vez o Papa João Paulo II
disse em Roma, citando Bernanos:
“A Igreja não precisa de reformadores, mas de
santos”.
Os reformadores tantas vezes agitaram e
dividiram o rebanho de Cristo; os santos, ao contrário, trataram as feridas das
ovelhas e as reuniram no aprisco do Senhor.
Quando o Papa esteve no Brasil, ao beatificar
Madre Paulina, em Florianópolis, no dia 18/10/91, ele disse: “A Igreja existe
para a santificação dos homens em Cristo”. E deu um grito, que atravessou
todo o nosso país, e ainda está a ecoar em nossos ouvidos: “O Brasil
precisa de santos, de muitos santos !”
E completou: “A santidade é a prova mais
clara, mais convincente da vitalidade da Igreja, em todos os tempos e em todos
os lugares” (LR, nº 44, 3/11/91).
Prof. Felipe Aquino
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