Em seu discurso, o Papa
Francisco recordou que não há famílias perfeitas, mas a melhor herança que
podemos deixar é “um mundo com famílias”.
“Discute-se muito sobre o futuro,
sobre o tipo de mundo que queremos deixar aos nossos filhos, que sociedade
queremos para eles. Creio que uma das respostas possíveis se encontra pondo o
olhar em vós: deixemos um mundo com famílias”.
O Papa Francisco falou de sua
experiência como Arcebispo de Buenos Aires e como filho. Recordou que “não
existe a família perfeita, não existem maridos perfeitos, pais perfeitos nem
filhos perfeitos e, se não se zangam, eu diria sogras perfeitas”.
“Mas isso não impede que sejam a
resposta para o amanhã. Deus incentiva-nos ao amor, e o amor sempre se
compromete com as pessoas que ama”, sublinhou e pediu que “portanto, cuidemos
das nossas famílias, verdadeiras escolas do amanhã”.
“Cuidemos das nossas famílias,
verdadeiros espaços de liberdade. Cuidemos das nossas famílias, verdadeiros
centros de humanidade”, indicou.
Francisco recordou que “Jesus
começa a sua vida no interior de uma família, no seio de um lar” e “é em casa
onde aprendemos a fraternidade, a solidariedade, o não ser prepotentes. É em
casa onde aprendemos a receber e agradecer a vida como uma bênção, e aprendemos
que cada um precisa dos outros para seguir em frente”.
“É em casa onde experimentamos o
perdão, e somos continuamente convidados a perdoar, a deixarmo-nos transformar.
Em casa, não há lugar para ‘máscaras’: somos aquilo que somos e, de uma forma
ou de outra, somos convidados a procurar o melhor para os outros”.
Francisco lamentou que “em muitas
culturas, hoje em dia, vão desaparecendo estes espaços, vão desaparecendo estes
momentos familiares; pouco a pouco, tudo leva a separar-se, a isolar-se;
escasseiam os momentos em comum, para estar juntos, para estar em família”.
“Assim não se sabe esperar, não
se sabe pedir licença ou desculpa, nem dizer obrigado, porque a casa vai
ficando vazia, não de gente, mas sim de pais, filhos, netos, avós, irmãos,
vazia de relações, vazia de contatos, vazia de encontros”.
O Santo Padre sublinhou que “a
família é escola de humanidade, que ensina a pôr o coração aberto às
necessidades dos outros, a estar atento à vida dos demais”.
O Papa destacou que, apesar das
dificuldades que afligem atualmente as famílias, estas “as famílias não são um
problema, são sobretudo uma oportunidade; uma oportunidade que temos de cuidar,
proteger, acompanhar”.
O Santo Padre agradeceu os
cubanos “, por me terdes feito sentir todos estes dias em família, por me
terdes feito sentir em casa. Obrigado!”.
Francisco recordou que “a
Eucaristia é a ceia da família de Jesus, que, de um extremo ao outro da terra,
se reúne para escutar a sua Palavra e alimentar-se com o seu Corpo”.
O Santo Padre assinalou também
que em sua visita aos Estados Unidos participará “juntamente com famílias do
mundo inteiro no Encontro Mundial das Famílias e, dentro de um mês, no Sínodo
dos Bispos, cujo tema é a família”.
“Convido-vos a rezar
especialmente por estas duas intenções, para que saibamos todos juntos
ajudar-nos a cuidar da família, para que saibamos cada vez mais descobrir o
Emanuel, o Deus que vive no meio do seu povo fazendo das famílias a sua morada.
Conto com a oração de vocês. Obrigado”, concluiu.
Uma vez fora da Catedral de
Santiago de Cuba, o Papa reiterou sua saudação e agradecimento ao povo cubano e
pediu que “não descuidemos dos avós” nem das crianças e jovens, “que são a
força de um povo”.
Previamente, o Papa escutou o
Arcebispo de Santiago de Cuba, Dom Dionisio Guillermo García lbáñez, que
destacou a presença de famílias “de todas as províncias do país e de fora da
pátria”.
“A família é a instituição mais
valorizada pelos cubanos e, precisamente por isso, é a que mais preocupa devido
a tantos fatores que atentam contra sua unidade, seu bem-estar, seu significado
e o sentido do matrimônio na sociedade atual”, destacou o Prelado.
Em seguida, um casal cubano pediu
sua oração pelas famílias, “para que possamos levar adiante nossa missão de
Igrejas domésticas onde se aprenda a amar sem precisar ter um motivo para isso,
a nos respeitar os uns aos outros tendo em conta as legítimas diferenças que
nos enriquecem, a apoiar e potencializar a realização das aspirações de cada um
de seus membros e assim todos crescerem como pessoas, a ter a capacidade de
perdoar e reconciliar para ser instrumentos de paz e misericórdia no seio da
família e a sociedade”.
Por Acidigital
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