“O homem não
pode viver sem o amor. Ele permanece para si mesmo um ser incompreensível e a sua
vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se
encontra com o amor, se o não experimenta e se não o torna algo seu próprio.
(RH, 10)”. São João Paulo II
Acredito que
todos estamos “carecas de saber” que o mundo perdeu o verdadeiro sentido da
palavra AMOR, e ainda não conseguiu reencontrá-lo. Embora você já possa ter
refletido a respeito, ou mesmo, ter lido vários textos sobre isso; penso que
seja pertinente meditarmos ainda mais uma vez sobre: O que é o amor?
A palavra
AMOR, do latim, amor mesmo, era utilizada para designar o sentimento de “gostar
de algo ou alguém”, sentir afeição, desejo ou preocupação. Inclusive, alguns
estudiosos referem que na raiz do verbo que designa amor, em latim, está
impressa a ideia de plantar, semear. Hoje, podemos encontrar no “Aurélio”, pelo
menos, umas 10 definições para esta palavrinha de apenas 4 letras. O dicionário
define amor como:
“Sentimento
que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente
afeição ou atração; Grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa;
Sentimento intenso de atração entre duas pessoas; Ligação afetiva com outrem,
incluindo geralmente também uma ligação de cariz sexual; Ser que é amado;
Disposição dos afetos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém; Entusiasmo
ou grande interesse por algo; Coisa que é objeto desse entusiasmo ou interesse;
Qualidade do que é suave ou delicado; Pessoa considerada simpática, agradável
ou a quem se quer agradar; Coisa cuja aparência é considerada positiva ou
agradável”.
Podemos até
concordar com algumas definições, outras não… mas a questão não é esta. Se
perguntasse a você, se alguma delas corresponderia ao AMOR de verdade. O que me
responderia?
É bem
provável, que não consigamos responder a esta pergunta com perfeição.
Deus que é
todo amor (Cf. 1 Jo 4, 16b), para nos ensinar o verdadeiro significado desta
palavra, quis nos enviar seu próprio filho, Jesus Cristo, para morrer
inocentemente numa cruz, e nos salvar de nossos crimes, nossas culpas, nossas
injustiças, nossas indiferenças, nossas misérias. O Filho do AMOR, morreu por
AMOR, para nos ensinar o que é AMAR. Certa vez, o Papa Bento XVI disse que: “A
fonte da alegria cristã é esta consciência de ser amado por Deus, […] com amor
apaixonado e fiel, um amor que é maior que a nossa infidelidade e os nossos
pecados, um amor que perdoa”. Que alegria. Somos amados. Esta é a nossa fé!
Ao contrário
do que muitos hoje pensam, que amor são belas cartas, emocionantes discursos,
presentes caríssimos, declarações exóticas, um “mar de rosas e borboletas
azuis”, ou ainda, o tão esperado “E serão felizes para sempre”… Jesus,
radicalmente, veio nos ensinar que o amor é algo bem diferente. O amor é mais
do que isso; o amor é ação, atitude, vivência, testemunho, que o amor é
verdade. Diz a sabedoria popular que as palavras emocionam, mas os testemunhos,
arrastam, convencem. Essa é a mais pura verdade. O amor é assim. É uma força
transformadora, que tem o poder de converter dor em riso, prantos em alegria,
morte em vida, trevas em luz. Foi por isso que Jesus morreu na Cruz, para
mostrar que só o amor tem o poder de mudar as nossas vidas. É preciso acreditar
no poder do amor.
São Paulo, em
1 Coríntios 13, no qual explica sobre a diversidade de dons e virtudes, vem nos
alertar que de todos eles o mais excelente é o amor. “Por ora subsistem a fé, a
esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade”. (1 Cor
13,13).
Já parou para
pensar por que o amor é maior que dom de línguas, de profecia, de cura? Pois o
amor é mais poderoso deles. É o amor que transforma o mundo!
No entanto, o
amor exige um preço. Quem está disposto a amar, está disposto a sofrer. Este é
o preço do verdadeiro amor. É como diz o ditado “Quem ama a rosa, suporta os
espinhos”. Foi o que Jesus fez, nos ensinou e é o que devemos fazer com todos
aqueles a quem dizemos amar. Em um dos momentos de sua vida, Jesus disse a
André e Filipe:
“Se o grão de
trigo, caído na terra, não morrer; fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem
ama sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia sua vida neste mundo, conservá-la-á
para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me; e onde eu estiver ali
estará o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará.” Jo 12, 24- 26. É o
que hoje o Divino Mestre diz a mim e a você. Coragem! Não desanime!
O Amor deve
ser aprendido com Jesus. Ele disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”.
(Jo 15,12). É fundamental esse “como Eu vos amo”. Ele é a “referência” do que
seja o amor. Não são as novelas, nem os filmes, nem o mundo… que chama o
egoísmo de amor. Ele é o Amor! E como ele ensina o que é o Amor? “Ninguém tem
amor maior do que aquele que dá a vida pelo outro”. Isto é, “amar é dar-se”
(Michel Quoist); doar a vida, o tempo… para construir o outro.
Se não há
sacrifício, não há amor. Se não há amor, não há sacrifício!
Gosto muito do
que diz a Beata Madre Teresa de Calcutá:
“O verdadeiro
amor dói. Ele dói sempre. Amar uma pessoa custa mesmo; é doloroso abandoná-la e
deseja-se morrer por ela. Quando as pessoas se casam, têm de deixar muitas
coisas de lado para se poderem amar. A mãe que dá a vida a uma criança sofre
muito. A palavra “amor” é tão mal entendida, e abusa-se tanto dela!”
Uns dizem que
a palavra Amor está desgastada, outros dizem que é pura “pieguice”, outros já
nem acreditam mais no amor. Isso não pode ficar assim. Deixe Jesus, Aquele que
te ama de verdade, fazer com que esta palavra ganhe um novo sentido em sua
vida.
Antes de
desistir de seu filho, de seu marido, de sua esposa, de seu trabalho na
comunidade, de seu amigo, ou de você mesmo… Se você acha que já fez de tudo,
que não tem mais jeito, que esta situação não mudará nunca… Acredite: Deus é
amor e o amor transforma!
Rezemos com a
Palavra de Deus, pedindo ao Espírito Santo que impregne estas palavras em
nossos corações, libertando-nos e fazendo-nos reencontrar o verdadeiro sentido
da palavra amor em nossas vidas:
“Ainda que eu
falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver AMOR, sou como o bronze
que soa, ou como o címbalo que retine.
Mesmo que eu
tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência;
mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver
AMOR, não sou nada.
Ainda que
distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse
o meu corpo para ser queimado, se não tiver AMOR, de nada valeria!
O AMOR é
paciente, o AMOR é bondoso. Não tem inveja. O AMOR não é orgulhoso. Não é
arrogante.
Nem
escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda
rancor.
Não se alegra
com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O AMOR jamais
acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência
findará.
A nossa
ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
Quando chegar
o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
Quando eu era
criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.
Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos
como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço
em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
Por ora
subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é o
AMOR”.
Fonte: cleofas.com.br
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