Eu, você e
todos os cristãos temos um chamado especial de Deus
Você já parou
para pensar para que servem os balões? Eles com suas diferentes cores e
tamanhos, ornamentam festas, alegram o ambiente, divertem as crianças, chamam
atenção daqueles que olham, enfeitam o mundo. Muito bem! No entanto, eles só
conseguem fazer tudo isso se estiverem cheios. Para que servem balões vazios?
Não servem para nada, não têm vida, não tem beleza, não alegram, vão para o
lixo.
E os cristãos?
Para que servem os cristãos?
Deus, para
salvar a cada um de nós, enviou seu Filho e Seu Filho enviou a Igreja, isto é,
os Apóstolos e seus sucessores (cf. Mt 10, 16ss; Jo 20,21-23), com a missão de
espalhar a Boa Nova do Reino de Deus pelo mundo. A missão dos apóstolos, e de
todos nós que aderimos a Cristo, é continuar sua missão nesta terra. Que
missão! Difícil, árdua, mas muito bela; levar cada pessoa viver no Reino de
Deus; reino de paz, de amor, de verdade, de justiça e de liberdade. Levar as
pessoas a um dia viver eternamente com Deus no Céu. São Paulo disse que “olhos
humanos jamais viram, ouvidos humanos jamais ouviram, e coração humano jamais
sentiu o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1 Cor 2,9; Is 64,4).
A Didaquê, um
documento cristão do primeiro século, dizia que: “Aquilo que a nossa alma é
para o corpo, os cristãos são para o mundo”. Sem a alma o corpo não tem vida,
sem os cristãos o mundo não tem vida. Por isso Jesus disse: “Vós sois o sal da
terra” (Mt 5,13). “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). A luz do cristão, que é
a Luz de Cristo, ilumina este mundo de trevas do pecado: ódio, ganância,
brigas, mortes, roubos, adultérios, vanglórias, exibicionismos, orgias,
comilanças, bebedeiras…
É o sal que dá
sabor ao alimento e que o conserva. Só Cristo conserva a vida com sabor e com
integridade. E Ele quer que os cristãos sejam os portadores e irradiadores
dessa luz que ilumina as trevas e esse sal que dá sabor e vida.
Mas, para
continuar a missão de Cristo, é necessário sermos semelhantes a Ele. Ele deixou
claro que sem Ele não podemos fazer nada (cf. João 15,5). Por isso, o cristão
só poderá ser o sal da terra e a luz do mundo se estiver repleto de Cristo. São
Paulo era um gigante evangelizador porque tinha consciência de que não era ele
quem vivia, mas que “Cristo vivia nele”, e lhe dava força e coragem de
enfrentar muitas viagens, perseguições, açoites, prisões, etc..
E quem nos faz
semelhantes a Cristo, repletos de Cristo, portadores de Cristo, é o Espírito
Santo.
O Espírito de
Jesus habita em nós para fazer-nos imagens de Jesus; esta é a vontade do Pai,
que cada um de nós seja uma réplica de seu amado Jesus. E quem faz isso é o
Espírito Santo. Ele nos leva a atingir o estado de homem perfeito, a estatura e
maturidade de Cristo” (Ef 4,13). Os cristãos precisam estar cheios do Espírito
Santo. O que podem fazer cristãos vazios? Cristãos vazios são como balões
vazios! Não podem fazer nada.
Continuar a
missão de Cristo aqui na terra é algo muito sério. Embora, muitos não sejam
conscientes disso, todos são chamados. O parágrafo 900 do Catecismo da Igreja
Católica deixa bem claro que:
“Uma vez que,
como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em
virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito,
individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem
divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a
terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente
por meio deles que os homens podem ouvir o evangelho e conhecer a Cristo.”
Os leigos
estão na linha mais avançada da vida da Igreja, no mundo secular e precisam ter
uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem”
Igreja.
O leigo tem
como vocação própria, estabelecer o Reino de Deus exercendo funções no mundo,
no trabalho, na cultura, na política, etc., ordenando-as segundo o Plano e a
vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo”. O leigo
chega aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes
de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, etc.. Assim, no mundo do
trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador, se
santifica e santifica o trabalho. Ele constrói o mundo pelo labor, e assim
coloca na obra de Deus a sua assinatura. Torna-se co-criador com Deus.
O Concílio
Vaticano II resgatou a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem
capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na
formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de
comunicação social” (Cat. n.906).
O Código de
Direito Canônico dá ao leigo o direito e o dever de dar a sua opinião aos
pastores:
“De acordo com
a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes,
até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que
afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a
reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade comum e a
dignidade das pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros
fiéis. (Cat. 907; Cânon 212,3).
Para ser firme
no cumprimento de sua missão de batizado e missionário, o leigo precisa ter uma
vida espiritual sadia. O Papa João Paulo II disse um dia que: “A eficácia do
trabalho apostólico do fiel leigo está intimamente associada à sua base
espiritual, à sua vida de oração pessoal e comunitária, à frequência na
recepção dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Penitência e à sua reta formação
doutrinária.”
Sem isso, não
podemos ser repletos do Espírito Santo e de agir pelo poder de Cristo em nós. O
leigo que não reza, não se Confessa, não Comunga, não lê e não medita a Palavra
de Deus, não tem perseverança na missão, e como acontece com muitos sacerdotes
também, acaba sendo afastado dela.
Mais do que
nunca a Igreja precisa hoje dos leigos no campo de batalha do mundo; pois hoje
ela é magoada, ofendida, perseguida e tida por muitos como a culpada de todos
os males. Uma escala de valores pagã tenta insistentemente substituir a
civilização cristã por uma cultura de morte (aborto, eutanásia, destruição de
embriões, suicídio assistido…); e Deus vai sendo expulso da sociedade como se
fosse um mal, e a religião católica vai sendo atacada por um laicismo agressivo
anticristão. Nossa missão hoje, mais do que nunca, é pelo poder do Espírito
Santo, sermos testemunhas de Jesus Cristo; e mostrar o mundo que sem Ele não há
salvação eterna e nem felicidade terrena.
Prof. Felipe
Aquino
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